domingo, 21 de fevereiro de 2021

Palavras com amores...

Dos amores que a abandonaram sem aviso, não sobrou nada, não se agarraram à pele, nem pediram para ficar, foram apenas passagem, paisagem vazia, fria, não deixaram nada, mas levaram tudo o que ao amor cabe dar.
Ela não chora por eles, liberta-os da culpa e do fardo de amar. 

Dos outros que se desfizeram pelo tempo, ou por incompatibilidades várias, ou apenas porque eram grandes demais para permanecer, sobrou, a amizade presente, a distante, a ausente, continuam a caminhar nas paisagens várias e ficaram para sempre, guardados nas pegadas da alma dela.

Do Amor que a espera no fundo da praia não sabe ainda se vem para ficar, nunca sabe, apenas segue com a espuma do mar, os desígnios da vida e do coração. 

Dela dizem que tem um coração grande, onde cabem todos os amores, mas ela lembra-se bem de quando ele era frágil, de quando foi quebrado e de quando se fez forte e pede-lhe apenas que se lembre de ser doce, de bater pelos outros, de não desistir do amor.
Ele responde-lhe sempre: 
- Sabes que sou incapaz de desistir, mesmo quando finjo tão bem.

Assim, seguem os dois, amando o desconhecido e todos os amores por começar. 

2 comentários:

  1. Como gostaria de conseguir transmitir dessa maneira, com essa sensibilidade, mesmo não entendendo o destinatário. Adoro as tuas palavras com fotos.
    .

    ResponderEliminar
  2. Melífluo é o amar
    que não esmorece
    à espera do amor que tarda
    como a espuma que o mar não cansa
    e a fragrância que tília exala



    Daniel Mar

    Daniel Mar


    não esmorece
    o ser amado que te há-de novo habitar

    como a espuma no mar
    e a fragrância que a tília frondosa exala

    ResponderEliminar