terça-feira, 7 de julho de 2020

Palavras com Pedras...

Enfrento-me no encontro dos recantos da cidade que já me foi casa e quando caminho naquelas pedras, às vezes, mas só às vezes, ainda é...
Dela, contam-se as histórias que não vos pertencem e que nenhum guia turístico será capaz de vos contar.
Convenço-me que vocês também não queriam saber.  Acho que nem nós, já queremos saber.
Estamos diluídos nas pedras, espalmados contra as paredes, fundidos com os bancos do jardim e a vista do miradouro.
Revolto os cantos da casa que já me fez sua, à procura não sei bem de quê... Talvez da pureza dos dias, agitados apenas, pela presença, dos que o são.
Ainda encontro alguns, os filhos das pedras, de coração duro, prestes a desmoronar.
Cientes de coisa nenhuma, continuamos, à espera que a cidade volte a ser casa e as pedras, apenas pedras.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Fotos com palavras... "Mais Amor"


Palavras com Ditados...

Consumo-me no caldo entornado. 
Esgoto-me de vai-se andando devagarinho, de marcar passo sem sair do lugar. 
E se amanhã não chover vai estar um lindo dia de sol... 
Farto-me com os assim assim e há tempo para tudo. 
Não há! Não há tempo para nada que ele é escorregadio e quem escorrega também cai. 
Já não ouço as vozes de burro e nunca chegarão ao céu. 
Não passarão pelo gato escondido com algo de fora que já não usava as botas que o fizeram senhor, trocara-as pelas outras que lambia. 
Lambia agora as feridas, deixadas pelas palavras que o vento não levou e não esqueceu. 
Depois apareceu o outro que quando nasce é para todos, mas é menos dos que vão pela sombra e mais dos que gostam de se queimar. 
Ainda me surpreendo com o há males que vêm por bem, sem entender que mal é esse que me quer bem. 
Bem me quer ou mal me quer, recolhe as folhas que te pretendem arrancar. 
Arranco à papo seco para ir buscar o pão que o diabo amassou, onde o dito também perdeu as botas que roubou ao gato. 
Penso que nem tudo o que vem à rede é peixe e que para o apanhar, às vezes temos de molhar o cú. 
Corro em direção da própria imavera que não acaba por morrer a andorinha, mas que tudo quer e tudo perdeu. 
Animo-me com o sonho que comanda a vida e com aquele que desperto, a guia sozinho, ajusta as velas e encontra o caminho do vento favorável. 
Mas mais vale ser do que parecer e nenhum pássaro na mão e todos a voar.

Fotos com palavras... "Quem Somos? Nenhuma justiça é humana."


Palavras com Casa...

Percorro o caminho de casa sem querer saber de mais nada.

Apresso o passo que se faz e se mantém lento, como ao Alentejo se pede, a urgência de abrandar. Parece que pediram também ao resto do país, mas ninguém quer escutar.

Respiro fundo, expiro as frustrações e inspiro a fugaz liberdade. Lembro que aqui é tempo de soltar os medos e expulsar os bloqueios. Escuto a Vida que me convida a Acreditar. Agir. Permanecer. Ser. Amar. Descobrir. Aceitar. Mudar.

Contemplo o que me faz feliz, o mar... Tenho o mar, aqui, outra vez, agora no lugar que me é terra, abraço e entranhas.

Sou livre, de o escutar. Escuto a vida que me pede essência. Sou.