quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Palavras com braços...

Os dias quentes a escaparem-se de nós.

Nós que recusamos obstinadamente a despedirmo-nos deles.

Deles que se fazem rogados, mas convencidos que voltarão em breve para nos abraçar.

Aqueles que entretanto se esquecem do calor desse abraço que escasseia e se fez tímido.

Voltamos juntos aos dias quentes e aos abraços calorosos, aos abraços de fogo que nos despem de frio e de mantas e máscaras pestilentas e bafiosas que se querem impor à força de medos e fraquezas.

Abrimos os braços, gritando que não passarão e os abraços soltam-se na força de uma rebelião curiosa que já não conseguimos deter.

Morremos abraçados de amor e de sonhos que se materializam agora, longe dos nossos olhos, mas concretizados na pele e no coração.

Livres somos e seremos enquanto esperamos os dias quentes e nos outros todos também.