segunda-feira, 25 de maio de 2020

Palavras confinadas...

Desconfio em desconfinar...
Percorro as esplanadas de carro e olhos postos no desconfinamento dos outros, bem menos desconfiados que eu.
Apetece-me fazer o mesmo.
Mas paro, paro por mim e paro por ti. Paro por Nós.

Confirmo que nada é aqui, não permanecemos em nada, nem por nada. Somos apenas visitantes alienados de nós. 

Confinados, confiantes que temos liberdade de escolher o nosso destino. Ignorando o que não queremos ver.
Cegamos egoístas, a achar que o tempo, tem tempo.
Voltamos a nós e às máscaras que caindo, desmascaram a fragilidade onde habitamos agora.
Caímos sozinhos, mas juntos, numa fragmentação que nos une.

Com os pés na areia volto a mim, ouço o meu respirar e o mar, o mar... Comovo-me apenas por senti-lo ali, comigo, de novo.
Salgo a alma num mergulho feliz. Comovo-me de novo. Talvez o volte a ver amanhã, ou talvez, não seja possível voltar tão depressa... Não sei, nunca soube, mas agora tenho a certeza. Não sei nada.

Apenas que aqui estou e tenho o mar, agora tenho o mar.

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