segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Palavras com Amanhecer...

Amanheço desajustada num tempo de recomeços tardios que não tardam. No barulho das horas rápidas de vultos com pressa de fugir deles mesmos, abrando e tento ouvir o que não ousam dizer em voz alta. Falam do medo... 
Falam do amor e da falta dele, dos bloqueios em que se afogam, de solidão... 
Falam da imensidão da falta de tudo...
Atropelam-se nas suas vozes roucas de quem quer ser ouvido, sem se ouvirem sequer por um instante.
Renunciam ao silêncio. 

Gritam alto sobre coisa nenhuma, esvaziando de sentido os sons da verdade, interdita aos que ousam ouvir-se. 
Omitem que apenas precisam de ser. Ser o que são. Ser. Simplemente, ser.

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