segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Palavras com bússola...


Guardava a bússola num bolso esquecido dumas calças gastas e que já não usava... Confortava-me saber que ela estava lá, mesmo não sabendo onde tinha guardado essas calças, sabia-as esquecidas no fundo de uma gaveta que não me atrevia a abrir.

A bússola, lembrava-me um tempo controlado pelas manipulações quotidianas e da emergência de saber sempre para onde ir, ou que sentido dar à minha vida, se me sentisse perdida, provavelmente, ela indicaria o caminho a seguir, achava eu...
Depois comecei a esquecer-me dela, deixei de a trazer comigo ou de precisar dela para me guiar, aprendi a ser eu a direccionar a confusão mental dos dias mais difíceis, agora a bússola das manipulações era eu... 
Deixava-me manipular de vez em quando, porque achava que era o melhor para mim e dava instruções de como me haviam de guiar, sem que percebessem que agora quem manipulava era eu... Fazia-o por amor. Era essa a diferença entre mim e o manipulador do tempo e do espaço, que apenas precisava controlar para se manter confortável...

Eu só queria ver e que me vissem, para que do topo dos nossos egos instáveis, aceitasse e me aceitassem, livre para escolher o certo e o errado da minha história, sem limitações.

Afastei-me das bússolas, dos relógios, dos egos e das manipulações, afastei-me consciente de que não queria dar-lhes lugar, voltei a fazê-lo por amor...
Mas nas manipulações frustradas dos caminhos, continuam sem me ver... 
Agora já não me importa, porque sem bússola caminho mais leve, sem amarras escolho melhor  e sem ego, sou mais feliz. 
E as vozes que ainda me tentam guiar, esfumam-se e cansam-se por não se guiarem a elas...

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