quinta-feira, 23 de maio de 2013

Palavras com Preguiça...

Acabaram os dias de preguiça, aqueles dias em que nem mesmo os teus pensamentos de revolta te deixam reagir. Acabaram as certezas absolutas e com elas, os conceitos, as predefinições e as inquietações acopladas com o peso e a forma das palavras... As frases continham o sentido, mas não a densidade com que outrora foram proferidas, os pensamentos surgiam fluídos, e a revolta dava lugar a uma calma desconhecida. Não havia preguiça, mas também não havia pressa. 
Sorri, ria-me de mim mesma e da importância que dava às horas de confusão mental, à espiral de antagonismos que continuava a permitir que se confrontassem comigo, sorri indiferente para este novo Eu que começava a descobrir. Contabilizei o tempo que perdia na busca de respostas, das certezas e incertezas de nadas, de angústias e calafrios de felicidade e até daqueles dias, em que estava sempre tudo bem, sem estar realmente.
Continuo a rir-me de mim, renasço a cada passo, tacteando não aquilo que quero ser ou dizer, mas moldando-me em formas novas de leveza, como se reaprendesse a conhecer-me, como se me tivesse sido apresentado um novo alguém que por acaso, sou eu. 
Sempre fui rebelde, as injustiças revoltavam-me e tinha a certeza de que as causas eram justas e os corações eram puros, não duvido que o fossem, ou sejam, mas estavam carregados de histórias e vidas e memórias que já não coabitam em mim.
Continuarei, não preguiçosa, mas com o olhar atento de quem chegou agora, aprenderei a despir os conceitos, as sabedorias, aprendo de novo, o que a preguiça não me deixou ensinar...

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