Que fé é essa que não te deixa ser quem és.
Que fé é essa que te ilude da cabeça aos pés.
Que fé é essa a um Deus que dorme.
Que fé é essa que não te mata a fome.
E se é de fé que te alimentas, devias saber que ela vem com muitas tormentas.
Que nunca será pela fé que morres, mas ainda é por ela que te consomes.
E se a fé não vem para te libertar, talvez devas questionar ao Deus a que estás
a rezar.
Não apontes o dedo que isso não é fé.
Não subjugues o outro à tua maré.
Não defendas o ódio como o teu senhor, porque a fé que apregoas não tem
qualquer valor.
Mas se um dia quiseres falar da tua fé, embrulha-a em Amor e verás como é!
Não uses o nome dos deuses em vão, se isso te faz perder a razão.
Se o Deus a que rezas e pedes perdão, apenas te lembra que é teu irmão.
E enquanto enches os templos de ouro, com armas mortais, destróis o Seu
tesouro..
Esse não é o legado de um Deus, que te incita apenas a amar os teus.
E se ainda te vês na sua oração, vive em amor e em união.
Porque se de um Deus precisas para te relembrar, que só estás aqui para
aprender a amar... Escuta-o bem e com atenção para não haver dias, em que lhe
pedes perdão.
Não há nenhum Deus que faça chorar.
Não há nenhum Deus que te faça opinar.
Não há nenhum Deus que erga fronteiras.
Não há nenhum Deus que te imponha barreiras.
Não há nenhum Deus que te mande matar.
Não há nenhum Deus que te queira castrar.
E se ele existir é igual a ti e apenas te instiga a sorrir e a viver, livre
para ser aquilo que quiseres.
Talvez a seres melhor amanhã....
A olhar a mulher como tua irmã.
A honrar a Terra, tua guardiã..
A viver em paz, sem olhar para trás.
A ser melhor, talvez amanhã.
A ser melhor, talvez amanhã.
Talvez amanhã...