Construo os meus castelos de areia, sem temer o amanhã incerto, para mim o hoje basta.
Abraço a incerteza com a convicção de que os meus castelos não se vão desmoronar...
Do meu universo das fragilidades, retiro o supérfluo, sei que não enriqueço a minha vida com ele, então de nada me serve... Continuo a caminhada para aceitar o que não entendo... Ao medo de cair, de perder, ao medo em geral, mando-o embora, ele não mora aqui, por isso, não o vou ouvir...
O que me resta? Tudo o que não se vê... A energia que me abraça sem que eu peça, a liberdade de ser eu a escolher o meu destino, o sol que me aquece sem cobrar, o silêncio, esse silêncio que me faz ouvir, que me faz crescer...
Guardo comigo todos os que me acompanharam e por algum motivo partiram, deixaram-me a maior herança de todas, não a saudade imensa que corrói, mas o peito cheio de alegria quando os recordo, tão bom continuar a vê-los sorrir... Os abraços apertados, a cumplicidade, a amizade, o amor, os momentos, aqueles momentos que não contêm palavras...
As minhas construções na areia não terminaram, longe disso, vivem e crescem dentro de mim... Continuo a plantar sementes encantadas que espero que resultem em frutos mágicos, daqueles que ouvimos falar nos contos infantis... Rego-as com esperança na mudança, alimento-as, aguardo que cresçam, aprendo e mudo com elas, como uma criança, liberto nos meus castelos a possibilidade de se construírem sozinhos...